Hoje, vou falar-vos um pouco
de um tema que tem despertado a minha atenção e que acho ser muito interessante
analisar e trazer até vós. Na palestra de hoje, vou falar-vos das Colónias e
Dimensões Espirituais.
Muitos de vós já terão
ouvido falar das colónias ou cidades espirituais. Desde os tempos mais remotos
na história universal, que se ouvem relatos e histórias da existência de
cidades maravilhosas, cheias de seres que nelas habitam e trabalham em prol do
bem da humanidade. Eram conhecidas como as cidades do mundo invisível. Desde o
antigo Egipto, sensivelmente 2.100 anos A.C. que se conhecem relatos e
considerações sobre locais virtuosos ou não, para onde iriam todos os que
desencarnavam, depois do crivo no julgamento diante de Osíris (que era o juiz
dos mortos para os egípcios), lembremo-nos que os egípcios eram politeístas,
acreditavam em mais do que um Deus.
A própria ciência, longe dos
aspectos místicos, estuda e analisa racionalmente as dimensões paralelas
através da Teoria das Supercordas e da Física Quântica. No fundo, vamos
assistindo ao progressivo aproximar da ciência à espiritualidade.
Agora, num breve apontamento
histórico, Hermes Trismegisto foi um espírito elevado que esteve directamente
ligado ao início do Cristianismo muitos anos antes de Jesus nosso irmão vir até
nós. Chamado de Toth pelos egípcios e
Hermes na Grécia antiga e no Império Romano, os seus ensinamentos e mensagens atravessaram
os tempos até aos nossos dias. Já naquela época (e estou a falar muitos antes
de Moisés) já comunicava por via dos médiuns daquela época, transmitindo
mensagens a referir que tudo o que existia no plano físico já existia há muito
nos planos espirituais. Obviamente, este tipo de compreensão estava longe das
pessoas daquela época.
No que diz respeito às
colónias ou cidades espirituais, a mais conhecida talvez seja O Nosso Lar, que
foi até retratada num livro e num filme com o mesmo nome e que nos mostra um
pouco da vida e envolvência de uma colónia espiritual. Este lugar espiritual,
apesar de nos parecer avançado em diversos domínios, na verdade não o é, à luz
do que existe nas esferas superiores acima dele, no entanto possui grande avanço
de desenvolvimento, sobre o que nos anos 40 era conhecido em geral. Esta
colónia encontra-se logo acima da crosta terrestre, por cima do Rio de Janeiro
entre os 50km e os 500km de distância da Terra, na designada 4ª dimensão
espiritual. Este detalhe, faz com que seja uma colónia ainda demasiado perto da
nossa condição ainda muito animalizada, mas já com alguma evolução espiritual.
Mas antes de vos falar sobre
esta colónia em particular, cujo conjunto importante de informações relevantes chegou
até nós por via do nosso especial amigo Francisco Cândido Xavier, irei
contextualizar um pouco o que são as colónias e as dimensões espirituais.
Quando se fala nas colónias
e dimensões espirituais, subsistem logo algumas questões importantes:
-
Onde estão?
- Como
são?
-
O que se faz lá?
-
Como se vai para lá?
- Somos
nós que escolhemos uma colónia ou Deus nos coloca numa à sua escolha?
Para vos responder a estas e
outras possíveis questões, imaginemos então o seguinte: Todos mais ou menos, conhecemos
os aspectos estruturais e a morfologia do planeta Terra. Começa no seu centro
com um núcleo magmático extremamente quente, vai evoluindo e arrefecendo até à
crosta terrestre, onde no encontramos todos, juntamente com a natureza fauna
(animais), flora (plantas), montanhas, rios, oceanos, etc… Esta é a dimensão
física da nossa existência.
As dimensões espirituais,
assemelham-se e agregam-se tal como uma cebola em que as suas camadas vão
evoluindo do centro para a periferia. O princípio é semelhante, as dimensões ou
planos espirituais desenvolvem-se por níveis e camadas, em que o único aspecto
que diferencia cada uma delas é o nível de evolução moral e espiritual de cada
ser que a habita. E é nessas dimensões que existem as colónias ou cidades
espirituais. Todos nós começamos a nossa existência no centro e ao longo do
tempo vamos evoluindo para as camadas superiores.
Para vos dar uma pequena
ideia, a crosta terrestre onde nós nos encontramos agora, é designada como a 3º
dimensão espiritual. Abaixo dela existem mais duas, a 1ª e 2ª, em que a 1ª se
encontra ao nível do núcleo da Terra e a 2ª um pouco acima. A três primeiras
dimensões espirituais, são designadas como pertencentes à região Umbralina e
são habitadas por espíritos ainda pouco evoluídos moral e espiritualmente,
sendo que na 1ª e 2ª dimensão, os espíritos que lá vagueiam são almas perdidas
de si mesmas, muito longe de Deus, da espiritualidade e da moralidade. São
todos aqueles que se rendem ao Mal e não querem ainda aceitar a Luz e o Amor de
Deus.
A partir da 3ª dimensão,
evolui-se para a 4ª que é exactamente onde se encontra a colónia espiritual O
Nosso Lar e obviamente mais umas quantas largas centenas delas, que se espalham
todas em volta do planeta, normalmente por cimas das cidades terrenas.
Entendamos as dimensões
espirituais como zonas fora do plano material, onde somente espíritos de igual
ordem e condição moral se aglomeram, vivem e desenvolvem as suas atividades em
prol do seu desenvolvimento próprio e da humanidade, para as quais estão devidamente
habilitados, consoante o seu nível de evolução. As colónias não são visíveis
aos olhos dos encarnados, pois como já referi, encontram-se nos planos
extra-físicos.
Existem milhares de colónias
espirituais espalhadas pelas diferentes dimensões. Devo lembrar-vos que somos
cerca de 7 biliões de encarnados e segundo informações do plano superior, a
Terra possui cerca de 30 biliões de espíritos desencarnados que se dividem
pelas dimensões Umbralinas e dimensões superiores.
Existem diferentes tipos de
cidades ou colónias espirituais, cada uma com o seu propósito, missão e
finalidade, conforme as necessidades de cada desencarnado.
As colónias espirituais são
também diferentes umas das outras, situando-se acima dos países e regiões
terrestres, continuam a possuir uma caracterização e arquitectura muito próxima
e adequada a todo o conjunto de espíritos que lá habita, pois como ainda somos
muito agarrados à matéria, também as cidades espirituais nos níveis próximos da
Terra são semelhantes às que aqui encontramos. É preciso nunca esquecer que só
à medida que vamos evoluindo moral e espiritualmente, nos vamos desapegando das
materialidades da nossa existência e ao evoluirmos para dimensões superiores,
nada do que conhecemos e possuímos além da nossa inteligência e moralidade, vai
tendo importância. Tudo porque evoluindo, cada vez mais nos vamos aproximando
de Deus e menos do Homem.
As colónias são
fundamentalmente regidas por uma lei; a Lei da Afinidade e isto significa que
não somos nós, propriamente ditos, que escolhemos para onde desejamos ir, mas será
a nossa condição espiritual e moral que irá ditar para onde iremos “residir”
depois de desencarnar.
Como uma vez disse o
espírito do Dr. Ignácio ao médium Carlos Bacelli, quando este lhe pediu mais
informações sobre as colónias superiores (aquelas situadas acima do Nosso Lar),
Ignácio respondeu-lhe: Meu irmão, é difícil falar-te dessas dimensões, pois vocês
ainda estão muito pouco evoluídos e nunca entenderiam o que vos estaria a
explicar.
No fundo é como se quisesse
explicar à minha avó de 92 anos como funciona um telemóvel destes mais modernos
ou como se usa a internet. Como pode ela entender?
A evolução do Homem faz-se
através da sua evolução intelectual, moral e espiritual. À medida que o Homem
evolui, a sua compreensão e entendimento vai aumentando e com isso, vai
adquirindo novos conhecimentos e alargando os seus horizontes, melhorando-se e
ajudando os outros a melhorarem-se.
Em 1944, o médium Chico
Xavier, psicografou com a chancela do espírito André Luís, uma obra que veio a
tornar-se um elemento fundamental na compreensão e entendimento do que nos
espera a partir do momento em que desencarnamos. Esta obra chama-se O Nosso Lar
e refere-se a todo o funcionamento desta colónia espiritual, que na altura era
habitada por pouco mais de 1 milhão de habitantes, na perspectiva de um
espírito recém-desencarnado que aqui na Terra fora um médico bem-sucedido do
ponto de vista social e material. A colónia O Nosso Lar, foi fundada em meados
do século XVI por colonos portugueses distintos que desencarnaram no Brasil e
situa-se acima da cidade do Rio de Janeiro.
Em 1979, a médium Heigorina
Cunha, desenhou a arquitectura da cidade, ministérios, casas e jardins,
auxiliada pelo espírito Lúcius.
Para quem viu o filme que
retrata bem o que vem descrito no livro, deverá de ter sempre em atenção que
nesta cidade ainda muito povoada por espíritos materializados e muito agarrados
às coisas da vida mundana na Terra, possui, por exemplo, um conjunto vasto de
tecnologias; como comboios que se deslocam por processos de levitação magnética
(esta tecnologia só começou a ser desenvolvida na Alemanha quase 60 anos
depois), computadores portáteis (que só apareceram nos anos 90) e formas de
comunicação que algumas ainda mal são utilizadas nos dias de hoje, como por
exemplo as videochamadas. Devo relembrar que o livro foi psicografado em 1944 e
o Chico Xavier não era propriamente um doutorado físico ou engenheiro para
entender tudo o que estava ali a ser descrito. Nesta colónia, reflecte-se bem
as directrizes que guiam o ser humano a nível espiritual, tais como as Leis da
Causa-Efeito e os processos reencarnatórios, pois ela recebe muitos espíritos
ainda muito ligados à matéria ou resgatados das zonas umbralinas.
A cidade possui uma configuração
muito semelhante às nossas cidades na Terra, com casas, hospitais, escolas, ruas
e avenidas, jardins, rios, etc… Numa distribuição em forma de Cruz de Davi, em que
em cada vértice se encontra um dos 6 ministérios; Regeneração, Auxílio,
Esclarecimento, União Divina, Comunicação e Elevação. No centro, encontra-se o
palácio do Governador, cujo responsável é um espírito muito elevado e que gere
a cidade segundo os propósitos maiores de Deus e os interesses evolucionais dos
seus habitantes.
Pessoalmente, o que acho
fascinante, é o nível e qualidade de informação que através de Chico Xavier,
chegou até nós. Mostrando-nos não só que a vida continua depois da morte, como
já sabíamos, mas também que o nosso processo evolutivo é uma constante e que
Deus dá-nos sempre novas oportunidades de resgatarmos os nossos erros e faltas,
através do trabalho contínuo para nos ajudarmos como também para ajudarmos os
nossos irmãos que vagueiam fora da luz e entendimento dos desígnios de Deus. O
trabalho não pára, continua sempre mesmo depois de partirmos do mundo físico.
Sobre as colónias
espirituais, André Luís tem uma frase interessante sobre o Nosso Lar: “Tudo o que temos aqui é uma cópia do que
temos na Terra”.
Allan Kardec, no Livro dos
Espíritos na questão 234, pergunta se de facto existem mundos que servem de
estações ou pontos de repouso aos espíritos errantes. A resposta foi que sim,
eles existem. Mundos particularmente destinados aos seres errantes, mundos que
podem servir-lhes de habitação temporária, campos nos quais possam descansar de
uma erraticidade demasiado longa.
Uma frase também muito
elucidativa da existência de outros mundos, se assim podemos chamar, foi a
frase que Jesus Cristo nos deixou: “Há
muitas moradas na casa do meu Pai.” Esta frase de Jesus não se refere
somente às cidades e colónias espirituais, mas também como a outros planetas
mais ou menos evoluídos como o nosso que existem no grandioso universo criado
por Deus.
Termino com uma consideração
simples, mas que acaba por ser suficientemente profunda no que respeita a nossa
condição existencial; Nada acaba aqui e
agora. O nosso trabalho de aperfeiçoamento e aprimoramento da alma é um
processo contínuo e sem fim. Nunca é feito isoladamente, pois somos todos
irmãos e filhos de Deus, e o caminho até ao Pai é longo e permanente. A beleza
do caminho, só depende da nossa vontade.