quinta-feira, 25 de julho de 2013

A fé do Homem

Que este seja um momento de paz interior, para que nos seja possível reflectir um pouco, sobre tudo aquilo que é importante para todos nós.

Hoje, vou falar-vos de alguns aspectos relativos à Fé.

Começaria então, deixando no ar duas questões:

Acham-se pessoas de fé?
Acham a vossa fé grande o suficiente?

Creio que muitos irão responder que sim, pois sobre a fé podemos fazer alguns raciocínios rápidos e muito simples.
A fé significa tomar como verdade, uma convicção própria, sem qualquer critério objectivo ou que seja possível comprovar-se. Na prática, a fé é por si um acto de confiança isolado. Por outras palavras, acreditamos em algo porque o queremos.
Na condição de cristãos, acreditamos em Deus, logo temos fé. Acreditamos em Jesus, logo temos fé. Acreditamos na vida depois da morte, logo temos fé. Acreditamos na felicidade, logo temos fé. Acreditamos naquilo que não se vê, logo temos fé. Isto só para citar alguns exemplos. Mas atenção que este tipo de fé cujos exemplos apresentei anteriormente, são designados por fé divina. Porque também existe outro tipo de fé, chamada de fé humana. Mas quanto a isso, já lá vamos.

E volto às minhas questões iniciais:

Mas será que temos mesmo realmente fé?
E mesmo sabendo que é difícil poder medir-se, qual será o tamanho da nossa fé?
Já agora, qual é o tipo de fé que temos?

É isso mesmo que vamos tentar descobrir hoje…

Posso desde já adiantar-vos que talvez uma grande parte dos que estão nesta sala e até lá fora, não fazem a mínima ideia sobre a fé que possuem. É possível que julguem injustas as minhas palavras, pois afinal, quem sou eu para dizer que alguém tem ou não fé?! É verdade, mas eu não vou, nem estou para julgar ninguém, isso não me cabe a mim. Será cada um por si a fazê-lo.

Muitas são as vezes, em que depositamos mais a nossa fé naquilo que nos afasta mais da felicidade do que aproxima.
No evangelho segundo o espiritismo, encontramos mais uma explicação sobre a fé:

“ A fé é humana ou divina, segundo a aplicação que o homem der às suas faculdades, em relação às necessidades terrenas ou às suas aspirações celestes e futuras. “

Esta frase, é a explicação dos dois tipos de fé que vos falava há pouco; a fé divina e a fé humana. Por outras palavras, cada um de nós vive e exercita-se moralmente nestes dois tipos de fé completamente diferentes. A fé divina, é o tipo de fé que eleva o Homem aos patamares da espiritualidade, em que todas as suas acções são de Amor a si mesmo e ao próximo, almejando com isso atingir a felicidade.
Por outro lado, todo o Homem que vive desejando valores e conquistas materiais, somente exercita a sua fé humana. Este tipo de fé vai-se revelando efémera à medida que o Homem descobre a verdadeira essência da sua vida e vai percebendo que tudo o que é material à sua volta, não está mais do que ao seu dispor por algum tempo. Tanto tempo quanto Deus lho permita.

Nós aqui, tentamos caminhar e evoluir no plano divino e espiritual. Por esse facto, necessitamos por vezes de nos colocar à prova no que respeita a nossa fé.
Assim sendo, apresento-vos agora uma passagem do Evangelho de S. Mateus, onde Jesus disse um dia aos seus discípulos, “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há-de passar, e nada vos será impossível.“

E nós, será que conseguimos mover os nossos “montes”?
Teremos nós fé suficiente para isso?

Agora e tal como Jesus se referia naquela época, os montes não são mais do que as dificuldades da nossa vida, os problemas e contratempos que vamos enfrentando. E é mesmo perante as nossas dificuldades que conseguimos medir a nossa fé.

Pessoalmente, cresci no Cristianismo, acredito em Deus, mas nunca o vi em pessoa, tão pouco Jesus Cristo. Acredito nas palavras e mensagens de Jesus Cristo, nos seus ensinamentos. Acredito naquilo que não vejo, mas sinto. Acredito naquilo que os meus olhos não veem mas o meu coração vê e sente. Isto e muito mais, faz de mim um homem de fé. Sem dúvida.

Mas vamos ver agora uma realidade um pouco diferente, mesmo para quem se diz portador de muita fé…

Dou-vos alguns exemplos…

Imaginem que de uma hora para a outra, ficam desempregados e sem fontes de rendimento.
Será que temos fé suficiente para acreditar que irão encontrar outro emprego e estabilizar de novo as vossas vidas?

Imaginem que o médico nos diz que possuímos uma doença muito grave.
Será que possuímos fé suficiente para acreditar que iremos dar a volta à situação e conseguirmos curar-nos?

Imaginem que perdem um membro importante do corpo.
Será que temos fé suficiente para ultrapassar esse problema e continuar a viver o mais normalmente possível como se aquele membro ainda lá estivesse?

Ou então, dentro do mais simples, quando estamos com problemas ou a atravessar um momento menos bom na vida, a nossa fé é suficiente para nos dar força para acreditar que tudo se irá resolver e os problemas serão ultrapassados.

Sabemos que existem muitas pessoas com níveis de fé muito fortes, que conseguem ultrapassar grandes contrariedades e problemas graves. Muitos chamam a isso milagres, mas bem sabemos que os milagres não existem. Tudo na vida tem um propósito, nada acontece por acaso e sem o consentimento de Deus. Um dos nossos grandes problemas de compreensão, é que não somos capazes de perceber que do problema ou contratempo, nasce sempre um grande bem, uma grande lição. Uma lição que precisamos de aprender para atingir um bem maior, para nos ajudar a evoluir. E relembro agora o facto que de quando não aprendemos pelo amor, aprendemos pela dor.
Mas é lógico que a nossa condição demasiado humana e pouco espiritual, não consegue perceber isso e vemos as contrariedades da nossa vida como castigos, penitências e não lições úteis. Sem dúvida, que não é simples para nós aceitar as contrariedades que surgem nas nossas vidas.

Mas porque é que perante os problemas fraquejamos tanto e, por vezes, de uma forma tão súbita?


Porque à luz das palavras de Jesus, a nossa fé nem sequer é do tamanho de um minúsculo grão de mostarda. Muitas pessoas que se dizem portadores de grande fé, na verdade só a têm quando a vida lhes corre bem. Mas quando as circunstâncias da vida mudam, normalmente para pior, aí já perdem rapidamente toda a fé que tinham e não fazem mais do que vitimizarem-se e procurar a piedade dos outros. A fé, fugiu-lhes muito rapidamente.

Para nós, é fácil dizermos que temos fé, que acreditamos que Deus está sempre presente, que nos ama e nos ajuda sempre que precisamos. Disto não podemos nem devemos de duvidar, pois mesmo quando nos achamos sós, na verdade nunca estamos. Mesmo quando as coisas não nos correm como desejaríamos, nunca deixamos de ter Deus ao nosso lado.

Por muito que nos custe, e posso dizer-vos que não é fácil fazer isso, devemos de ter fé, alimentar diariamente a nossa fé, como se de uma planta se tratasse que deve de ser alimentada, cuidada e regada. O alimento da nossa fé, passa pelo Amor. O amor a nós próprios e ao próximo. Passa pela prática do bem e da caridade. Passa pela leitura do evangelho e das mensagens de Bem que Jesus Cristo nos deixou. O alimento da nossa fé, passa pela mudança e reforma interior que em cada um de nós deve de ser feita.

No fundo, a nossa realidade é que muito daquilo que acreditamos ser a nossa fé, acaba muito mais baseada numa fé humana do que divina, apesar de muitas vezes, confundirmos ambas as coisas.
Quem é possuidor de fé divina, dificilmente vacila perante as dificuldades da vida, sejam elas de que tipo for, pois munidos de fé, nada tem a importância que materialmente se atribui às coisas. A fé divina mune o Homem de forças que ultrapassam muito a sua esfera corpórea, isto é, as suas limitadas capacidades humanas. É uma fé alimentada pelo amor divino.

Há pouco falei-vos em milagres, pois bem, se vos disse que os milagres não existem, a explicação para isso é somente uma: os chamados milagres não são mais que o “trabalho” realizado pela fé divina. Não são mais do que a crença em Deus como ser omnipotente capaz de fazer tudo o que está para lá do nossa alcance e por isso mesmo, muitos acontecimentos que julgamos serem obra do divino, não são mais do que o resultado do poder da nossa fé. Chamem-lhe milagres se quiserem…

A fé material não vence doenças nem adversidades morais, somente se centra nos desejos materialistas mais imediatos.

A fé humana só serve para alimentar as aspirações materialistas da nossa existência, fazendo-nos acreditar que as conquistas materiais desejadas e atingidas a seu tempo, são bons frutos para nós.
Com o tempo, vamos descobrindo que essa realidade mental que fomos construindo e idealizando, não por culpa nossa, mas sim por culpa das sociedades em que vivemos, não é mais do que a construção de uma vida irreal e que só se traduz em provas nem sempre fáceis de superar.

Alimentemos a nossa fé, cuidemos dela… só assim conseguiremos chegar à felicidade que tanto ambicionamos.


Obrigado, 

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Depois da Morte

Depois da morte. Foi o nome que dei à palestra de hoje. Isto porque, a morte sempre despertou uma enorme curiosidade em toda a humanidade e também a mim próprio. Desde os mais longínquos tempos, que a morte é temida ou aguardada com muita naturalidade, e em muitas civilizações, é ou foi vista, como o momento da libertação da alma. Na verdade, nada é mais certo do que isto. A morte é o momento da libertação, obviamente, desde que aconteça no momento em que deve e é suposto acontecer. Não de outras formas, como pelo suicídio, por exemplo.

Hoje, ainda que de uma forma muito breve, espero conseguir explicar-vos um pouco o que acontece à grande maioria dos irmãos quando um dia os seus olhos se fecham para a sua vida terrena e voltam a abrir-se do outro “lado”.

Vou começar então por contar-vos uma pequena história:

“Quando o horizonte desperta nos meus olhos, vejo o limiar da minha existência. O que sou, o que fui, onde consegui chegar na pluralidade da minha vida. Quero ser, o que não fui no meu imaginário. Quero ser, o que sonhei um dia. Levantar a cabeça, o olhar, e ver onde não virei e deveria de ter tomado outro caminho. Lançado na escuridão do incerto, fui trilhando caminho nos passos acompanhados de uma vida com um caminho, para um fim há muito anunciado. Acredito, acredito no que fiz de bom, lamento o que fiz de errado. Fui filho de um pai e de uma mãe que, cada um me amou à sua maneira. Lavrei caminhos bravos de ódio por vezes, mas nunca me faltou amor. Caminhei muitas vezes só, ou nem sempre bem acompanhado. Travessuras a vida me pregou, só para me ensinar e mostrar outro caminho que não aquele. Peço perdão.
No limiar do horizonte vi a minha vida, como uma linha sem fim que não consigo alcançar, mas que está lá. Sei que para lá dela está a felicidade, a mesma que muito procurei, onde na verdade ela nunca esteve. Senti frio. Senti as amarguras do nada, do vazio. Senti-me vazio na existência, senti o poço negro das drogas que destroçaram o coração dos meus pais e liquidaram o meu corpo. Muito chorei no meu quarto, olhando para o quadro que lá estava. Quadro este que tinha muito valor para mim. O computador na secretária estava sempre ligado. Falava com todos e com ninguém. Muita escuridão eu vivi, eu senti. Nunca amei. Amei-me a mim da pior forma.
Onde cheguei? A lado nenhum. Cheguei ao sofrimento, à dor, ao desapego por mim mesmo. Lembro-me do meu quarto, da bola no chão e de algo pendurado na traseira da porta. Fui para o outro lado e nada mais vi que escuridão.
Vejam atrás do quadro na parede, no lado de cima à esquerda. Está la um envelope.
Estou em paz, sinto e vejo alguma luz. Não estou triste, nem irritado. Estou muito calmo. Estou acompanhado, com um sujeito que parece o avô, com o seu bigode farto branco.
Estou a ser ajudado, porque aceitei sê-lo. E quero ser ajudado!
Peço perdão aos meus pais que tanto me amaram e nunca deixaram de acreditar em mim.”

A mensagem que acabei de vos ler, foi obtida por meio da psicografia e é por causa de mensagens como esta, que coloco desde já as seguintes questões:

- O que nos espera do “outro lado”?
- Lá encontraremos a felicidade ou o sofrimento?
- Seremos diferentes do que somos agora?

A morte, é sem dúvida uma temática interessante do ponto de vista espiritual. Entender a morte, também depende muito da nossa capacidade de ver a vida. Mas não é a morte que as pessoas temem, mas sim o desconhecimento que têm sobre ela e mais do que isso, o sentimento (que não é verdadeiro) da existência do nada, depois da vida que tiveram.
A curiosidade de querer espreitar por detrás do véu e saber o que se encontra do outro lado, foi sempre uma força motora que nos aterrorizou ou no mínimo nos faz pensar. Sobre a vida, já sabemos algumas coisas, porque estamos encarnados e a viver uma, seja lá ela como for e mais ou menos feliz (tudo depende do ponto de vista).

Pessoalmente, fascina-me saber o que está para lá desta vida… Porque se eu souber o que está para lá dela, poderei alterar o momento presente. E é sobre isso que vos vou falar hoje também um pouco.

A mensagem que vos li anteriormente, já nos poderá ajudar um pouco a perceber, ainda que ligeiramente, o que encontram muitos irmãos depois de desencarnarem.

Podem acreditar que morrer não nos muda em nada e não altera nada o que somos agora mesmo. A única coisa que realmente muda, senão mesmo a única coisa que realmente muda, é o facto de deixarmos de ter o corpo que temos hoje, bem como todos os pertences materiais nos foram emprestados temporariamente.
O resto, aquilo que somos interiormente, a nossa alma, o nosso espírito, continuará exatamente igual, com mais ou menos paz, com mais ou menos felicidade, conforme aquilo que cada um conquistou e foi construindo ao longo do tempo.

Não pensem, que morte nos melhora a condição moral ou nos limpa do passado menos bom. Também não pensem que irão encontrar-se face a face com Deus, tal como os egípcios acreditavam encontrar Osíris que iria pesar o seu coração contra uma pena, para determinar se as suas almas iriam para o reino de felicidade ou se seriam comidas por um animal.
Nós, Cristãos, temos outro tipo de julgamento, mas que acaba por ser exatamente igual ao de todas as religiões sérias no mundo. Na verdade, seremos julgados, sim! Mas quem nos julgará, será a nossa própria consciência. E será em função do seu julgamento que iremos viver mais ou menos felizes do outro lado da vida. No fundo, acabará por ser mais um pouco da continuação do que vivemos e somos agora e aqui.
Será a faixa vibratória do nosso espírito que irá ditar a nossa maior ou menos felicidade no outro plano da vida. Pois se enquanto encarnados já não eramos felizes, não julguemos que despois de partir, o seremos. Muito pelo contrário.

Para terem uma melhor ideia, nas reuniões mediúnicas, muitas vezes são trazidos irmãos sofredores que continuam a ser e a viver as suas vidas da mesma forma que a viviam enquanto encarnados. Sofrem como sofriam, dispensam muitas vezes ajuda, deixam o seu Ego e Orgulho guiarem as suas existências, não admitem erros e muitos deles, fruto de paixões exacerbadas, continuam a perseguir os seus inimigos que ainda se encontram neste plano da vida. Continuam a vibrar em faixas vibratórias inferiores, terrivelmente sofredoras e dolorosas. Para muitos deles, a morte não foi mais do que a continuação da vida muito infeliz que tinham.
Muitos irmãos nem conseguem perceber em que plano da vida se encontram e continuam com os vícios que tinham, com os afazeres que tinham, continuam a fazer o mesmo que sempre faziam. Muitos nem entendem porque ninguém os vê ou fala com eles. Outros não se encontram em paz porque não querem deixar os seus bens materiais, abominam e infernizam a vida de quem se usa deles.
Existem outros porém, que não querem partir da crosta terrestre para não deixarem desamparados os entes queridos que cá ficaram e que tanto amam.

As histórias são mais do que muitas e nem todas elas são felizes.

Voltando à mensagem deste irmão, que contou um pouco da sua vivência no outro plano da vida, é importante reter alguns aspectos que me parecem cruciais.
A mensagem divide-se em alguns momentos chave:

1-    A noção da partida do mundo físico
2-    A tomada de consciência da vida que se teve, dos caminhos que foram tomados que não foram os melhores
3-    O desejo de rectificação e com isso, uma elevação da consciência que o levou a ver mais do que via antes, nomeadamente a ajuda espiritual de um familiar
4-    O pedido de perdão a quem ficou

É importante percebermos que este irmão depois de partir, viveu nas zonas umbralinas, nas zonas de dor e sofrimento, sabe-se lá durante quanto tempo. Se bem que a vida encarnada dele fora uma desgraça por culpa das drogas, quando acordou do outro lado, a escuridão, a dor e o sofrimento foi o mundo que encontrou. No fundo, tudo continuava igual mesmo depois de morrer, somente o cenário mudara um pouco.

Algo importante a reter desta mensagem é o facto deste irmão, tal como muitos outros, conseguirem entender e compreender a sua situação, e com isso começarem a elevar o seu pensamento fruto de uma tomada de consciência maior de si mesmos e da sua “verdadeira” vida. Muitos são aqueles que conseguem muito rapidamente perceber a sua realidade e partirem para momentos de maior felicidade juntamente com quem os ama, juntando-se à sua família espiritual que o esperava para o ajudar.
E isto acontece porque quando se desencarna, voltamos a juntar em nós toda a “bagagem moral e intelectual” adquirida ao longo das vidas e reencarnações sucessivas que já tivemos, e dessa forma como o nosso conhecimento não se limita ao que temos agora aqui, conseguimos ultrapassar mais rapidamente as barreiras que nos impedem de progredir em direção a Deus.
Somente as paixões, os vícios, o egoísmo, a vaidade e o orgulho nos impedem de progredir e evoluir, por isso, muitos são os irmãos que vagueiam nas zonas umbralinas tentando continuar a alimentar os seus erros, juntando-se a outros irmãos que partilham das mesmas dores morais.

Enquanto encarnados, a nossa consciência por vezes nos tortura com o mal que fazemos, não queiram imaginar o peso da consciência quando nos apercebemos de tudo o que já fomos e fizemos anteriormente em vidas passadas. Obviamente que agora estou a referir-me aos aspectos negativos.

Mas existe uma coisa que é fundamental e muito importante nas nossas vidas...

Deus, nosso pai espiritual, está sempre connosco, é omnipotente, misericordioso e como tal, mesmo quando a nossa consciência nos pesa muito, Ele nos acolhe sempre de braços abertos e nos concede novas oportunidades de retificação e melhoramento, desde que o queiramos.

E tal como aconteceu com o irmão da mensagem que vos trouxe, no final ele elevou-se interiormente e com isso conseguiu sair do estado mental de sofrimento em que estava envolvido, passando logo a ver um familiar que o amava e ali estava para o ajudar e amparar.

Quando isso acontece, os nossos olhos abrem-se automaticamente para uma nova realidade, cheia de mais luz, mais paz e mais amor. Também conseguimos ver quem nos ama e nos quer ajudar, pois o nosso coração abriu-se a Deus, aceitou-o e deixou-o entrar.
Quanto mais nos elevarmos, mais perto estamos de Deus e mais perto estamos da grande Luz que ilumina a nossa vida, mais perto estamos do grandioso amor divino.

É também muito importante perceber que ninguém permanece indefinidamente nas zonas umbralinas de dor e sofrimento. Poderão lá permanecer muito tempo, é verdade, dezenas ou centenas de anos, mas será sempre, repito, será sempre um estado temporário. Todos acabam por ver a luz do amor um dia e com isso serão resgatados das zonas de sofrimento, tratados e chamados a tarefas enobrecedoras de Bem e Amor ao próximo.
Deus deu-nos uma faculdade que se chama o Livre-Arbítrio, ou a livre escolha, e como tal cada um é senhor das suas decisões, boas ou más, e delas deverá de ter consciência no futuro ou já no presente. É também depois da morte que nos apercebemos das consequências do nosso livre-arbítrio…

Com esta palestra, só espero que tenham entendido uma coisa muito simples:

A morte não é mais do que fechar os olhos num lado e acordar no outro. É somente a transição para outra dimensão, tudo o que somos, mantém-se da forma como o criámos e fomos construindo. Se somos bons ou queremos ser bons, encontraremos facilmente um pouco mais de felicidade do outro lado. Se formos maus, será somente mais do mesmo com a agravante da nossa consciência ainda nos condenar mais pelo que fizemos e com isso, vaguearemos nas amarguras e sofrimento interior. Até ver a luz de Deus um dia…