domingo, 3 de novembro de 2013

Bruxarias e Feitiçarias

O tema que vos trago hoje, é sem dúvida uma breve e simples análise de algo que a alguns irá fascinar e interessar, e a outros temorizar, ou por outras palavras deixá-los mais apreensivos.

Desde os mais remotos tempos ao longo da longa história do Homem, as relações entre encarnados e desencarnados, homens e deuses, homens e santos, e por aí fora, foi sendo escrita de uma forma que sempre nos apaixonou, ou pelo menos sempre teve um efeito de magnificência aos nossos olhos. Todas as histórias que incluam contactos entre vivos e mortos, foram sempre vistas com muito interesse e paixão durante os tempos.
Desde sempre o Homem desejou contactar-se directa e indirectamente com o sobrenatural, com o extrafísico. Com aquilo que muitos hoje, chamariam de paranormal. Desde sempre o Homem quis perpetuar-se no tempo deixando as suas marcas mesmo depois da morte do seu corpo físico. 

E é sobre estas relações, entre o físico e o extrafísico, que me vou debruçar hoje, trazendo-vos o tema das Bruxarias e das Feitiçarias.

Não precisamos de recuar aos longínquos tempos de Nostradamus (o famoso médico alquimista e vidente) na época medieval. A Paracelso, o mago e filósofo do oculto, na época do Renascimento. A Catherine Deshayes, famosa feiticeira famosa, já na época do Iluminismo, no século XIX. Ou a Laurie Cabot, a famosa bruxa americana, isto já no século XX.
Isto foi só para citar alguns, das centenas ou milhares de bruxos e feiticeiros, que proliferaram durante anos e anos da história da humanidade. Estes foram alguns daqueles homens e mulheres, que durantes as suas épocas, fruto do grande desconhecimento das ciências, da filosofia e da religião, foram-nos chamando de bruxos e feiticeiros.

Actualmente, não passariam de cientistas, filósofos ou espiritualistas.

Mas mesmo com muito do conhecimento que pensamos que temos hoje, muitos fenómenos existem por explicar, que aos olhos mais incautos poderão ser considerados de bruxaria ou feitiçaria.

Na verdade são somente fruto do nosso desconhecimento.

Mas a bruxaria e a feitiçaria, sempre fizeram parte das nossas vidas, tal como as relações com o oculto. Fossem para o bem ou para o mal.

Uma simples oração já nos coloca em contacto com o paranormal.

Mas o Homem de hoje, não é o Homem do tempo de Moisés ou do tempo de Jesus Cristo na Terra. O homem tem feito um caminho de evolução a todos os níveis, mas sobretudo ao nível do conhecimento, da intelectualidade, da moralidade e cada vez mais da espiritualidade.

Se Jesus Cristo encarnasse de novo neste planeta, não nos falaria da mesma forma, nem nos mesmos termos que falou aos gentios e a todos os povos por onde passou. Pois hoje, o Homem é mais inteligente e não precisa de histórias nem parábolas para entender as mensagens divinas e de Amor que nos seriam trazidas por Ele. O Homem não precisa de milagres, nem de mares abertos para fugir do Egipto como no tempo de Moisés. Nós somos bem mais inteligentes do que outrora. Os milagres são fruto da Fé e do amor.

Os bruxos e feiticeiros que a história foi fabulando e criando, não são mais do que homens com mediunidades apuradas e ostensivas, que secundados por legiões de espíritos inferiores e moralmente inócuos, ou vazios, se foram aproveitando do desconhecimento das pessoas incultas, iliteradas, da falta de muito conhecimento da filosofia, da ciência e da religião. Neste caso, muitos destes chamados de bruxos, usaram as suas capacidades em proveitos do mal. Mas na verdade, existiram e existem outros tantos, cujos corações cheios de amor se dedicam à prática do bem ao próximo.

E aqui, aproveito desde já para fazer um parêntesis que me parece importante: A doutrina espírita, assenta todas as suas informações nestes três vectores fundamentais: Filosofia, Ciência e Religião. Todos os ensinamentos e mensagens que chegaram até nós e nos vão chegando, todas elas assentam sustentadas na fé cristã, mas todas sempre na lógica e na razão, pois a ciência viaja paralela à religião séria. Tudo se pode provar, menos uma coisa: a existência de Deus. Pois Deus é omnisciente (tem pleno conhecimento de tudo) e é omnipresente (está presente em todo o lado). A existência de Deus, não se prova, sente-se, vive-se e admira-se a todo o momento. Deus é simplesmente tudo.

Muitos de nós poderão acreditar nos poderes dos bruxos e feiticeiros. É normal.

Quando se desconhece alguma coisa, ou se teme ou se aceita como um acto de fé cega. O conhecimento é fundamental à nossa existência e progressão. Não progredimos sem conhecimento e sem moralidade.

As conhecidas, ou ouvidas, conjuras ao diabo e aos demónios. As rezas e mezinhas aos espíritos maus, os rituais Wicca (que é a bruxaria moderna), todo um conjunto de expressões e manifestações para obter benefícios para si ou para prejudicar alguém, são ainda crenças fortes e enraizadas nas mentalidades mal informadas, mal-educadas, desconhecedoras do que é a inteligência universal.

As rezas e conjuras nenhum efeito tem sobre os espíritos, somente o pensamento lhes importa para realizarem acções de bem ou de mal.

É muito verdade que existem pessoas com capacidades que podemos classificar como fora do normal, com energias magnéticas muito fortes que através do pensamento e da acção, podem fazer coisas fabulosas. E a finalidade com o que o fazem, somente depende do coração e do conhecimento de cada um.

Não são diferentes de nenhum de nós, porém. Pois todos nós chegamos a Deus da mesma forma: através da oração e das boas acções. Se alguns direcionam os seus pensamentos e acções para o mal, arrastando consigo outros mais espíritos fracos, muitos outros contrabalançam esta relação de forças praticando o bem e irradiando o Amor divino que Deus nos concede.

Encontramos esta passagem na bíblia:

“Vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e vossos velhos sonharão” (Joel 2: 28; e Atos 2: 17-18).

A mediunidade, seja ela de que tipo for, não é exclusiva do espírita. Todos a possuem, seja qual for o seu credo ou religião. E é através da mediunidade, que muitos poderão chamar de bruxaria ou feitiçaria, que se consegue atormentar almas ou por outro lado ajudá-las.

Como já tinha referido, de nada servem as conjuras e rituais simbolizados. Os espíritos afinizam-se com os Homens encarnados pelas mesmas essências de cada um, isto é, os espíritos maus juntam-se aos maus e os bons aos melhores ainda. As rezas e bruxarias para prejudicar os outros, não mais que invocações e chamamentos de espíritos inferiores ávidos de fazer mal. Mas também, não devemos de esquecer que o mal se paga com o mal, e quem pede ajuda aos que praticam o mal, fica por si também devedor e sob o jugo desses espíritos inferiores. Acreditem, que isso só leva os Homens a mais sofrimento e dor e à contração de mais e mais dívidas para com o próximo. Torna-se um devedor do Amor de Deus.

O bem paga-se com o bem, por isso oramos e rogamos a Deus por ajuda, pelo seu Amor, para que a sua Luz nos encaminhe em bem ao longo da vida. Ao orar, ligamo-nos aos espíritos superiores, a todos aqueles cujo coração só é dominado pelo amor ao próximo e a Deus. E são esses irmãos de Amor que nos socorrem contra as legiões de espíritos inferiores que teimam em aceitar nos seus corações o Amor Divino.

O diabo não existe, é uma figura metafórica, que representa todo o mal humano que existe na Terra. É a representação da inferioridade moral do Homem. Deus nunca permitiria a criação de um ser tão poderoso quanto Ele, mas votado para o mal e não para o bem.

Serão os bruxos e feiticeiros diabos?

Sim, de certa forma acabam por sê-lo. São pessoas cujo coração está mais perto das trevas, da dor e do sofrimento do que da paz revestida pelo amor de Deus. São homens e mulheres a quem foi dado um presente fabuloso, na forma de mediunidade, mas que em vez de a usarem no bem para proveito do próximo, para sua própria redenção, usam-na para prejudicarem o próximo e contraírem mais dívidas morais e sofrimento para si mesmos. 

Não quero dizer com nada disto que o mal não existe. Que o “mau-olhado”, o quebranto e todas as outras formas que nos prejudicam física e psicologicamente, não existem. Na verdade existem mesmo, pois quando endereço um bom pensamento a um irmão, isso ajudá-lo-á. O contrário também é verdade.

E assim sendo, como “lutamos” contra esse mal?

Uma resposta a esta pergunta já a referi anteriormente. Também vem descrita no Livro dos Médiuns desta forma: O melhor meio de afastar os maus Espíritos é atrair os bons. Atrai, pois, os bons Espíritos fazendo todo o Bem possível, e, os maus se irão...”

Outra resposta vem pelo poder que a oração confere. Nunca devemos de duvidar do poder da oração, pois estaríamos a duvidar das leis divinas que Deus criou.



Resumidamente, o Homem só tem de proteger-se de si próprio (vigiando os seus pensamentos e acções) e dos outros Homens cujos corações vagueiam nos ideais do mal.
Quando o nosso coração vive amor, estaremos acompanhados por bons irmãos espirituais e o contrário também é verdade. Ter fé, amor-próprio, amor ao próximo, minimizar o egoísmo e o orgulho, são as soluções para curar os males de inveja que tanto mal fazem a uns e outros.

Termino com uma frase de Allan Kardec que diz o seguinte.


" A moral dos Espíritos superiores se resume como a do Cristo, nesta máxima evangélica: Fazer aos outros o que queríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e não o mal. Neste princípio encontra o homem uma regra universal de proceder, mesmo para as suas menores acções."