sexta-feira, 11 de abril de 2014

A utilidade das comunicações mediúnicas

Na palestra de hoje, vou debruçar-me um pouco sobre as comunicações mediúnicas e a sua utilidade.

O acto de comunicar, nas suas diferentes formas, é desde sempre a única forma que existe no universo para que as espécies se consigam relacionar e entender. As diferentes espécies de seres vivos, que existem ao nosso conhecimento, possuem tão diferentes meios e formas de comunicar quanto poderíamos imaginar. Comunicar é uma ciência muito mais complexa do que se poderia julgar.

Nós humanos, comunicamos de várias formas, pois a nossa inteligência foi-nos permitindo desenvolver os processos comunicativos ao longo da nossa evolução, mas começámos a relacionarmo-nos com sons e grunhidos, gestos e olhares, sinais de fumos e desenhos, até um dia chegarmos à fala conjugada com a junção de letras e palavras, permitindo construir frases.

Actualmente, conseguimos comunicar sons e imagens, a longas distâncias (intercontinentais) graças aos avanços tecnológicos.

Os animais, ainda hoje comunicam de forma primitiva, em função do seu desenvolvimento genético e instintos básicos. Ressalve-se que a grande aproximação que algumas espécies animais foram tendo à espécie humana, foram-lhes permitindo desenvolver mecanismos de compreensão mais apurados (muito ainda na base dos hábitos) e hoje falamos e conversamos com eles como se de humanos se tratassem. Refiro-me por exemplo a cães, gatos, cavalos e golfinhos, só para dar alguns exemplos.

Comunicar faz parte de nós, pois sem os processos de comunicação, acabamos por tornar-nos seres vivos autónomos sem possibilidade de relacionamentos interpessoais com outros seres. Seríamos do género dos vegetais, viveríamos praticamente sós no mundo. Seríamos uns ignorantes ermitas.

Sabemos que comunicar nos faz falta. Precisamos de o fazer. Pois precisamos de nos fazermos ouvir. Muitas vezes comunicamos sem o saber…
Seja pelas nossas palavras, pelos nossos actos, pela nossa postura corporal ou pelos nossos pensamentos. Estamos constantemente a transmitir aquilo que somos e pensamos uns aos outros.

Não precisamos de falar para transmitir algumas ideias e sentimentos. O nosso corpo falará por si. O nosso olhar, o semblante, a nossa disposição acabará sempre por manifestar o que nos vai na alma, como se costuma dizer.

Mas o que me interessa explorar um pouco hoje, não são os processos de comunicação entre espécies, nem as diferentes formas que o ser humano e os animais utilizam para comunicarem entre si. O que me interessa explorar hoje, são os processos de comunicação entre os Homens encarnados e os desencarnados e o propósito para a existência dessas comunicações.

Aqui, já assistimos muitas vezes a comunicações psicofónicas (faladas) e psicográficas (escritas), mas no fundo reside a questão de, como é que isto se processa?

Como saber se são reais ou imaginárias?

Quem é ditou ou intuiu as mensagens que são posteriormente transmitidas?

Haverá aqui algum lado místico ou um propósito estranho?

E mais importante, qual a sua utilidade para nós?

Vou tentar responder a estas e eventualmente outras questões que poderão ser levantadas a este respeito.

Para começar, é preciso que fique muito claro que as comunicações mediúnicas não são shows, nem teatros, nem exposições de manias de médiuns ou de pessoas que se julgam médiuns. Não estamos num circo ou num espectáculo à borla.

As comunicações mediúnicas têm propósitos bem definidos, claros e em momento algum servem (ou deveriam de servir!) para obtenção de benefícios materiais ou servir propósitos que não sejam de utilidade e amor ao próximo.

As comunicações mediúnicas servem para mostrar aos incrédulos que a vida realmente não acaba com a morte do corpo físico. 

Servem para através do contacto com espíritos bem-intencionados, de recebermos mensagens e conselhos úteis para a nossa evolução moral e espiritual.

Servem para termos contacto com entes queridos que já partiram do plano físico e sabermos um pouco mais sobre o seu estado e por vezes ouvirmos conselhos e recomendações benéficas.

As comunicações mediúnicas não devem de ser mais do que chamamentos à realidade espiritual de cada um de nós. Não podem, nem devem de ser feitas fora das leis básicas do Amor próprio e ao próximo.

Como sabemos, todos nós somos médiuns. Todos temos a capacidade inata de comunicar e receber informações do além. De interagir com o outro lado da vida. Aquele lado que muitos olhares não vêem e só com os olhos do coração se enxerga.

A diferença entre as pessoas, é que umas estão mais receptíveis ao plano espiritual e outras menos, talvez porque são muito mais viradas às questões menos nobres do plano material, logo longe de viverem uma existência mais plena e espiritualmente mais construtiva. Ou simplesmente, ainda não chegou o seu momento de se ligarem de forma mais activa ao plano espiritual.

Quando rezamos ou oramos, estamos a desenvolver um contacto mediúnico. Estamos a invocar os bons espíritos, estamos a conversar com Deus, pedindo-lhe o que nos faz falta ou desejaríamos, para nós ou para os outros.

Quando somos intuídos a fazer isto ou aquilo, quando recebemos ideias do nada, ou quando nos apercebemos que sabemos coisas que até aquele momento não sabíamos, estamos a estabelecer um contacto mediúnico.

Quando sonhamos com coisas que desconhecemos e falamos com pessoas que já partiram e elas nos dizem coisas que, por exemplo, irão acontecer a breve trecho ou nos relatam coisas do plano espiritual onde se encontram, é um contacto mediúnico.

Quando conversamos com alguém que nunca conhecemos antes e nos diz coisas a nosso respeito que só nós sabíamos. Como poderia aquela pessoa saber aquilo?

Estes exemplos servem para demonstrar a capacidade de cada um no que diz respeito às suas capacidades de estabelecer comunicações mediúnicas sem o saber ou ter consciência plena disso.



É importante, diria mesmo fundamental, entendermos que todos aqueles que são médiuns mais ostensivos, isto é, manifestam sinais de mediunidade mais evidentes, não são mais do que os outros. Não são super-heróis. Não possuem capacidades fora do normal e sobretudo, não são especiais ou diferentes. Também não são doentes, nem uns maluquinhos quaisquer.

Somente desenvolveram as suas capacidades de percepção do plano espiritual e com isso são e têm obrigação de ser, instrumentos úteis aos desígnios de Bem. São somente ferramentas, que devem de ser utilizadas para o Bem e nada mais.

Um exemplo que me parece importante transmitir-vos, é o facto de todo o ser humano ter um desejo íntimo de saber um pouco mais sobre o seu futuro, sobre o que será o seu amanhã.
Por isso recorrem a videntes, cartomantes, bruxos, etc… a todo um conjunto de médiuns, pseudo-médiuns, outros que se julgam médiuns e acham que são donos do conhecimento do mundo e se permitem dizer aos outros tudo o que lhes vêm à cabeça.
É um erro, meus amigos. Um grande erro.

Pois é preciso ter consciência sobre o que para nós, representa futuro. É que o futuro é mutável, é sempre alterável a qualquer momento por cada um de nós. Cada um de nós, por aquilo que pensa e faz no seu presente, muda e altera o seu futuro. Qualquer coisa que alguém nos possa dizer sobre o nosso futuro mais ou menos próximo, possui uma margem de erro muito grande, pois a qualquer momento podemos modifica-lo pelo nosso momento presente. 

É verdade que existem coisas que já foram definidas nas nossas vidas quando nascemos para uma nova existência, já sabemos inconscientemente o que seremos, que doenças teremos e como iremos morrer, só para dar alguns exemplos. Mas tudo o resto só depende de nós, só depende de cada um de nós. A nossa vida é um livro com páginas em branco, nas quais escrevemos todos os dias mais um capítulo da nossa existência.
Mas tal como os livros, a nossa vida tem um princípio e tem um fim, mas o que lá escrevemos só depende de nós próprios.

Por isso é importante perceberem que ao médium, é dada a responsabilidade de transmitir às pessoas conselhos ou mensagens que lhes sejam úteis e sempre com boas intenções, com amor e vontade de auxiliar.
Ao médium só chega as informações que os espíritos lhes querem transmitir, tudo o resto é invenção e imaginação.
Não se julgue que os médiuns são oráculos e funcionam como bolas de cristal. É mentira. Se assim fosse, haveria muitos deuses encarnados…

Cada um só sabe o que pode, deve e precisa de saber. Nada mais.

Aos médiuns, é preciso terem consciência que a razão da sua felicidade está directamente proporcional ao bem que fizerem ao próximo e a si mesmos. E essa será sempre função da Lei da Causa-Efeito.
É por isso que mesmo que aconteça um médium saber algo íntimo sobre alguém, nem sempre isso deve de ser transmitido à pessoa. Só o deverá de ser, se isso lhe for realmente útil e se nenhum prejuízo lhe trouxer. De outra forma, estar-se á a prejudicar o próximo e isso de certeza não faz parte daquilo que Deus quer de nós todos.

Seja-se médium ostensivo ou não, nunca podemos esquecer o poder que as palavras exercem sobre as pessoas. As palavras tanto podem ajudar, como podem destruir. Muitas vezes as palavras são mais mortíferas do que as armas.

Por isso, sendo o médium um instrumento que transmite mensagens do plano espiritual, usando as palavras, exige-se-lhe muito cuidado e responsabilidade no seu uso. E se alguém souber algo mais sobre o outro que não deva ou consiga dizer-lhe directamente, é importante que seja suficientemente inteligente e arranje outras formas de transmitir as mensagens sem trazer prejuízo, porque se teve acesso a essa informação, é porque ela será útil a quem se destina.

Gosto muito de relembrar-me do filme feito sobre a vida de Chico Xavier, em que manifestamente se consegue aprender muito sobre a vida de um homem muito simples, com uma mediunidade ostensiva bem desenvolvida e que fazia um uso muito cuidado das palavras que transmitia.
Chico Xavier, auxiliando por bons espíritos, sabia muita coisa a respeito da vida das pessoas que a ele se socorriam. Mas Chico sempre usou de muita responsabilidade e nunca trouxe prejuízo a quem lhe pediu ajuda, nem tão pouco se aproveitou o que quer que fosse da benesse que Deus lhe concedeu em ser o porta-voz na Terra das mensagens de Deus, que lhe eram transmitidas através dos espíritos benfeitores.

Ser médium, é ouvir-se a si próprio. É conhecer-se melhor e ter consciência de si mesmo primeiro e só depois dos outros.

É ouvir as palavras transmitidas pelo coração e pela vontade de fazer o bem, para ajudar o próximo e também a si mesmo.


E nunca nos podemos esquecer que cada um colherá aquilo que semeou, seja ele médium mais ou menos ostensivo.

Que cada um plante as melhores sementes possíveis na sementeira da sua vida, para que todos os dias se possa ir colhendo bons frutos.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Psicologia e Espiritualidade

Na palestra de hoje, vou falar-vos um pouco de psicologia e de espiritualidade.

Sei que é bom, ouvirmos palestras motivadoras, reconfortantes, mensagens que nos transportam para os domínios do Bem e do Amor. Palestras que nos fazem pensar e reflectir um pouco sobre a nossa vida, a nossa forma de pensar e ver as coisas à nossa volta. Precisamos de ter força e coragem e muitas são as vezes encontramos isso mesmo nas palavras, mas sobretudo nas acções.

Mas é importante ir ao fundo das coisas, sabem. É importante percebermos que temos a obrigação de adquirir conhecimento, seja ele científico ou moral. Temos de nos convencer que estamos no mundo para aprender e só evoluímos adquirindo conhecimento. Por isso, não devemos de perder nunca a oportunidade de aprender uma coisa mais, por muito pequena que seja.

Todos nós, no nosso dia-a-dia, estamos constantemente a interagir uns com os outros e connosco próprios. Digo isto, porque de certeza que vocês tal como eu, às vezes andamos quase em guerra interiormente.

Os processos de interacção com os outros, enquadram-se naquilo que se chama de Relacionamento interpessoal. São as diferentes formas que agimos uns com os outros.
Depois também existe o relacionamento intrapessoal, isto é, o conhecimento que temos de nós mesmos.

Todo o relacionamento está directamente ligado ao que fazemos, fruto do que sentimos, baseado no que sabemos. Por isso ressalvo a necessidade do saber, para podermos pensar e fazer boas coisas.

Há mais de 2000 anos atrás, o general Sun Tzu, um estratega militar e filósofo chinês, fez a seguinte afirmação:

“Se você conhecer o inimigo e conhecer-se a si mesmo, não precisa temer resultado de cem batalhas. Se você se conhecer, mas não conhecer o inimigo, por cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhecer o inimigo nem a si próprio, perderá todas as batalhas.”

Esta frase, parecendo um pouco complicada (vêm de um filósofo chinês!), é bem o reflexo da importância e relevância da necessidade não só de conhecermos os outros, como também de nos conhecermos a nós mesmos.

As pessoas ao longo do tempo vão fazendo as coisas muitas vezes porque sim, porque foram ensinadas assim ou porque simplesmente acham que devem, de ser feitas daquela forma. E será que não haverá outras formas de fazer as coisas, sejam elas quais forem?
Tenhamos a noção que nós somos animais de hábitos e não gostamos muito de mudanças. Ou pelo menos tentamos minimizar as mudanças nas nossas vidas, tudo porque uma mudança obriga-nos a sair da nossa zona de conforto.

É por isso que vos digo que é muito importante o autoconhecimento. É muito importante aprender a conhecermo-nos a nós próprios, pois dessa forma conseguiremos relacionarmo-nos melhor com os outros à nossa volta.
Ao sabermos relacionamo-nos melhor, aumentamos as possibilidades de sermos melhor aceites entre os nossos pares e, no fundo, de nos sentirmos mais felizes interiormente, também. Ao conhecermo-nos melhor, tomamos consciência das nossas capacidades e limitações.

Aqui entra a psicologia, que é o estudo dos fenómenos psíquicos e do comportamento do ser humano através da análise das suas emoções, ideias, valores e atitudes resultantes. O estudo da psicologia desempenha um papel fundamental nas nossas existências, pois ajuda-nos a compreender a nossa identidade humana.
Somos seres pensantes, com inteligência que está muito para lá da inteligência básica dos animais, pois esse vivem conforme as orientações instintivas da sua espécie e segundo as condições de sobrevivência no meio onde se encontram.
No fundo, todos sem excepção, possuímos em nós o instinto básico de sobrevivência e por isso pensamos e agimos também em função dele.

Deus, ao dar-nos estas maravilhosas capacidades associadas à inteligência, faz de nós seres com um potencial de crescimento e evolução que poucos mais seres possuem no reino animal ou vegetal. Os animais demoram milhões de anos a evoluírem de um estado para o outro. Nós, Homens também demorámos milhões de anos a evoluir para chegarmos ao ponto em que nos encontramos hoje. Mas a grande diferença entre nós, Homens e demais seres, é que a nossa Alma tem um propósito bem definido: evoluir até à perfeição.

Vai demorar tempo, podem pensar. Mas é uma verdade.

Mas sejamos humildes e realistas, já avançámos muito na evolução, basta olhar para trás algumas centenas de anos e vivíamos de forma muito diferente do que temos possibilidade de viver hoje.
Actualmente, temos a perfeita consciência do nosso papel no mundo. Sabemos o que estamos aqui a fazer enquanto seres encarnados e sabemos quais as tarefas a desempenhar para prosseguirmos no caminho da nossa evolução.

Mas infelizmente, ainda muitos não fazem a mínima ideia de qual a sua missão ou papel nesta vida. Andam quase perpetuamente à deriva…

É verdade que a humanidade perdeu-se muito ao longo dos tempos, ao longo da sua história. A humanidade foi perdendo a sua espiritualidade

E quando falo de espiritualidade, não me refiro a Deus, pois ninguém é obrigado a acreditar em Deus ou em qualquer outro Deus, pouco importa o nome que se lhe dê. Ninguém é obrigado a seguir um credo ou religião. O Homem pode e consegue evoluir sem esses meios. E para isso só precisam de fazer uma única coisa:

“Amar o próximo como a si mesmo”

Acham que é preciso mais do que isto?

Um dos maiores problemas da humanidade foi o apego em demasia à Materialidade, aos bens fúteis e perecíveis. O homem foi-se esquecendo de perceber a sua existência multidimensional, isto é, somos mais do que a carne que dá forma ao nosso corpo. Temos uma alma.

O Homem sem alma, não existe e a inteligência está na alma, ou no espírito.

A psicologia e a espiritualidade, são duas dimensões importantíssimas na nossa construção como seres vivos pensantes e precisamos da psicologia e da espiritualidade para nos conhecermos melhor.

Precisamos se entender que somos por fora, aquilo que pensamos e sentimos por dentro. Isto é a psicologia.

Precisamos de saber que somos por fora, aquilo que a nossa alma é cá dentro. Isto é a nossa espiritualidade.
  
Aqui, falamos muito de espiritualidade. Mas debruçarmo-nos um pouco mais sobre a psicologia humana é importante.

É importante percebermos os outros, ouvir os outros, sentir os sentimentos dos outros. Aprendemos muito quando ouvimos. Todos talvez tenhamos tendência para falar mais do que ouvir. Isto acontece muitas vezes porque é um meio de defesa próprio de cada um, pois queremos ser notados, ouvidos, procuramos o consenso dos outros com as nossas ideias e ideais.

E neste ponto vos dou um simples conselho: Não importa naquilo em que acreditam, por muito bom que sejam as vossas crenças, nunca as imponham a ninguém. É um erro.

Nos meus inícios, à medida que ia aprendendo e estudando, fui percebendo que este caminho de amor era bom para mim.
Por isso sempre que podia tentava transmitir aos outros os meus conhecimentos, às vezes quase forçando-os a aceitar contra vontade as minhas ideias e ideais a respeito da doutrina.

Com o tempo percebi que era um erro. Falhou-me as bases da psicologia, isto é, não estava a tentar perceber os outros, mas sim conduzi-los no meu caminho.
Mas cada um tem o seu próprio caminho. E demais, quem sou eu para dizer a alguém que isto ou aquilo é que é bom para ela?

Todos temos tendência a fazer isso. Porquê?

Porque somos como os bêbados, nunca queremos ser os únicos.

É por isto, que debruçando-me mais sobre as questões da psicologia (que é uma área que sempre gostei muito), simplesmente deixei de fazer o que fazia. Hoje falo as coisas com quem realmente quer saber ou aprender. Não me preocupo em mudar as ideias dos outros, não me preocupo com o caminho que os outros levam, não me preocupo tanto com aquilo que os outros fazem ou dizem. Porquê?

Porque somos seres únicos. Porque cada um tem de fazer o seu próprio caminho. Porque podemos ajudar os outros, temos a obrigação de o fazer, mas não podemos sofrer as suas dores. Cada um tem de sofrer as suas próprias dores, pois se elas existem são fruto das acções de cada um ou então, os chamamentos do Alto para que se pense e reflicta na vida.
Uma das maiores lições que aprendi, foi a de ouvir mais e falar menos.

Podem achar estranho ou descabido. Mas sempre gostei muito de falar e por isso acho que falava mais do que ouvia. Com o tempo percebi que perdia muita informação valiosa.

Às vezes ouvia este ditado popular:

“Deus deu-nos dois ouvidos e uma boca. É para ouvir duas vezes mais do que falamos”

A psicologia assenta nisto, para compreender é preciso escutar, ouvir com a mente e com o coração. Assim se aprende muito… acreditem.

Nós podemos ajudar muito os outros de maneiras tão simples que talvez nem nos apercebemos. Para muitos ajudar é dar ou doar coisas. Mas na verdade ajudar é muito mais do que isso.

Ser um bom psicólogo de si mesmo, é tornar-se um bom psicólogo para os outros.

Mas compreender-se a si mesmo, é uma tarefa nem sempre fácil, pois eu posso saber e ter consciência que tenho este ou aquele defeito. Mas se não fizer nada para me modificar, de que me serve o conhecimento?

Tal como se diz aqui muitas vezes; o verdadeiro espírita é aquele que se esforça por melhorar-se interiormente e exteriormente.

E para isso é preciso aprender e por o conhecimento em prática.
A psicologia é fundamental, tal como o é a espiritualidade. Pois somos seres pensantes com alma.

Allan Kardec disse-nos um dia o seguinte:

“Possuímos em nós mesmos pelo pensamento e a vontade, um poder de acção que se estende muito além dos limites da nossa esfera corpórea”

No fundo, a mensagem é muito simples.

Aprendamos tudo o que for de bom e o coloquemos em prática. Pois isso será os frutos que nos levarão à felicidade, hoje e amanhã.